25 de fevereiro de 2012

Soneto da perdida esperança


Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.

Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.

Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa

com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.



Carlos Drummond de Andrade


Obs.: Desconheço o autor da imagem. Se você for o autor ou conhecer, por favor me avise para os devidos créditos. Obrigada.

Um comentário:

RUDYNALVA disse...

Quel amada!
Drumond transcreve literalmente meu momento!

Obrigada por me visitar e deixar seu comentário, amei a lembrança.

Que seu dia seja iluminado!!
Cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/